segunda-feira, agosto 25, 2008

O ESPIÃO QUE SAIU DO FRIO, de John Le Carré

Nos seus lances dramáticos, na qualidade superior do seu suspense e nas suas análises dos motivos humanos, O ESPIÃO QUE SAIU DO FRIO é um dos romances de espionagem mais sérios, mais profundos e mais empolgantes já escritos.

Alec Leamas era um espião britânico na Berlim soviética, que terminou nessa incerta terra-de-ninguém da espionagem, onde a vida humana perde qualquer importância e a realidade se torna fluida como se o foco de tudo ficasse ausente. Antes de passar por essa treva, teve de sair do frio, do universo polar onde caíra depois de ter visto todos os seus agentes dizimados um por um, de assistir à destruição sistemática da sua rede e de voltar para Londres sozinho, esvaziado, acabrunhado, liquidado.

Mas era impossível abandonar as fileiras da sua guerra, e ele teve de voltar ao combate e sujeitar-se de novo ao fogo cruzado das mentiras, dos enganos, das traições. Dessa confusão sórdida e crepuscular, surgiu miraculosamente uma luz de ternura e de esperança. E o espião mais endurecido tem às vezes necessidades de um contato humano, de um calor de simpatia, e amor, ainda que isso o arrisque ao fogo das metralhadoras.
De Leamas, o espião veterano, a Liz, a comunista ingênua; de Mundt, a figura sinistra e complexa do adversário, a Control, figura não menos complexa do lado britânico, em O ESPIÃO QUE SAIU DO FRIO há toda uma galeria de tipos e situações, que levarão o leitor numa só intensidade de emoção e de interesse da primeira à última página.

Livro: O ESPIÃO QUE SAIU DO FRIO
Autor: JOHN LE CARRÉ
Editora: Record
7ª Edição (2003)
Páginas: 223
ISBN: 9788501001757


Comentários de alguns dos Ts&Ts sobre O ESPIÃO QUE SAIU DO FRIO:

Paty Faria: Quem diz que a Guerra Fria não deixou saudades, é porque nunca leu romances de espionagem. Para esse gênero ela faz muita falta. Aquele mistério que existia em torno do "outro lado" do Muro de Berlim e da Cortina de Ferro era de arrepiar. Não existe nada hoje que se compare. Quem sabe agora com a Rússia se armando de novo e colocando as garras de fora a gente não tenha um revival desse clima sombrio na literatura? E com John Le Carré e Frederick Forsyth vivos e em forma, teríamos garantias de que alguns bons thrillers seriam escritos.

Augusta Tietê: Esse livro é fascinante. Quando o li, fiquei imaginando as pessoas nos anos 60, quando não havia o acesso á informação que há hoje, descobrindo nesse livro o lado de lá do muro, como era a política e o mundo na Alemanha Oriental. Mais do que um romance, O espião que saiu do frio é o documento de uma época e as pessoas irão lê-lo daqui a duzentos anos para saber como foi a Guerra Fria.

Mrs. "M": Não é um livro emocionante, um thriller "strictu sensu" como os que se publicam hoje. Mas a trama é muito bem bolada. Verdadeiro clássico da espionagem, como as histórias inesquecíveis de Graham Greene.

Bentinha Escobar: Leamas é um dos grandes heróis da literatura de espionagem. Um personagem que tinha tudo para ser repulsivo, mas que o talento de John Le Carré soube humanizar e aprimorar. A história é uma aula sobre o submundo da espionagem nos anos 60.

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Nota de Flavia Andrade: O ESPIÃO QUE SAIU DO FRIO ganhou uma antológica adaptação cinematográfica em 1965, dirigida por Martin Ritt e com Richard Burton no papel de Leamas. Maiores informações sobre o filme você encontra AQUI e se quiser adquirir o DVD (em inglês) na Livraria Cultura, clique AQUI