segunda-feira, junho 22, 2009

Textos & Thrillers entrevista PEDRO DRUMMOND

Flavia Andrade

Além de escritor, Pedro Drummond é engenheiro eletrônico especializado em sistemas de segurança, tem experiência em pilotagem e mergulho e foi bicampeão brasileiro de pára-quedismo. A união de todas essas atividades deu origem ao enredo do seu thriller de estréia, LEMNISCATA – O ENIGMA DO RIO, lançado no final de 2007 pelo selo Suma de Letras, da Editora Objetiva.

As dificuldades na busca de uma editora para o seu primeiro livro — drama comum de nove entre dez autores iniciantes — estimularam Drummond a criar o portal Mesa do Editor, onde obras inéditas ficam disponíveis online para a análise de editoras interessadas. O portal conta, hoje, com um cadastro de cerca de dez mil autores e mil e quinhentas editoras, entre pequenas, médias e grandes, e, até o momento, já foi responsável pela publicação de mais de 250 obras. (
Entrevista concedida por e-mail, de São Paulo)

Textos & Thrillers – Por que a opção por escrever thrillers?

Pedro Drummond – Eu tinha uma história para contar, e achei que ela seria mais interessante se contada no estilo de um thriller. Comecei a escrever usando o suspense de forma franca, as trocas de cenas, a ação verossímil, tudo com muita pesquisa e recheado de informações interessantes. Gostei do resultado.

Ts&Ts – Como se deu o começo da sua carreira literária?

PD – Como a de muita gente. Redações nas escolas, algum reconhecimento aqui e ali, e a certeza de que um dia escreveria um livro. Comecei a escrever de forma bem despretensiosa, e só contei aos amigos quando tive a certeza de que o terminaria.

Ts&Ts – O thriller não possui tradição na literatura em língua portuguesa e só recentemente escritores brasileiros e portugueses passaram a se dedicar ao gênero. Na sua opinião, o thriller tem chances de se firmar concretamente dentro da literatura em português ou está condenado a ser eternamente visto como uma imitação da literatura anglo-saxã, onde ele é mais forte? Que elementos diferenciariam um thriller americano de um thriller brasileiro, por exemplo?

PD – É um erro rotular o thriller como cópia da literatura produzida neste ou naquele país. Thriller é um gênero, como romance ou terror. Rotular o nosso thriller como "imitação" é o mesmo que dizer que o romance brasileiro é copiado de alguém. Bobagem. Acho, na verdade, que o grande problema do Brasil tem sido a imitação de si mesmo. Veja o cinema, por exemplo, com sua predileção histórica por favelas e caatinga. Nada contra estes temas, mas tudo contra a insistência e a falta de variação. É como se nossos produtores temessem se aventurar em temas onde podem ser mais diretamente comparados à produção mundial. Há, claro, exceções louváveis. O que impede o Brasil de fazer um filme como O Sexto Sentido, por exemplo? Um enredo interessante, surpreendente, sem qualquer exigência de altos orçamentos ou efeitos especiais complicados. O mérito está, essencialmente, no enredo. Então, voltando aos elementos que diferenciam um thriller americano de um brasileiro, digo que não há e nem deve haver esta diferenciação. Devem existir bons enredos, comparados de igual para igual.

Ts&Ts – Qual a sua opinião em relação à idéia de que o thriller seria uma literatura “menor”?

PD – Menor em que sentido? Não é menor em vendas, não é menor em interesse dos leitores, não é menor na capacidade de difundir cultura, não é menor em nada. Aos que defendem apenas a literatura clássica, respondo que menor é a mente mais fechada.

Ts&Ts – Está trabalhando em algum livro novo neste momento? Tem algum lançamento em vista?

PD – Sim, estou; mas ainda não tem título ou data para terminar. Como o Lemniscata, é uma obra interessante e cheia de surpresas. Uma produção que exige trabalho e dedicação, para que a leitura seja fluente e prazerosa.


Visite o site da LIVRARIA CULTURA

e conheça os livros de PEDRO DRUMMOND

Leiam, também, as entrevistas que o Textos & Thrillers fez com os escritores IVAN SANT'ANNA, LUIS EDUARDO MATTA e JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS