segunda-feira, junho 01, 2009

Textos & Thrillers entrevista IVAN SANT'ANNA

Flavia Andrade

Ivan Sant'Anna estreou na literatura em 1995 com RAPINA, thriller que tem como cenário o mercado financeiro, que o escritor conheceu de dentro, como operador, e do qual se desligou na década de 90, aos 54 anos, para se dedicar exclusivamente à literatura. Fez bem. Autor versátil e de estilo direto, bem na linha dos escritores americanos, Ivan publicou livros sobre diferentes assuntos, incluindo um sobre os atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, e outro sobre o assassinato do brasileiro Jean Charles de Menezes, no metrô de Londres, sem esquecer, é claro, os thrillers.

E é exatamente num thriller que Ivan Sant'Anna está trabalhando neste momento. Uma história passada na fronteira do Afeganistão com o Paquistão, que o escritor conheceu pessoalmente numa visita de dois meses feita no ano passado. Foi lá, na parte antiga da cidade paquistanesa de Lahore, que ele posou para a foto que ilustra essa entrevista. O livro deverá ser lançado até o final de 2009. (
Entrevista concedida por e-mail, do Rio de Janeiro)

Textos & Thrillers – Por que a opção por escrever thrillers?

Ivan Sant’Anna – Na verdade, eu não fiz essa opção de saída. Os mercadores da noite, primeiro livro que escrevi, e segundo que publiquei, foi se tornando thriller ao longo da narrativa. O mesmo aconteceu com Rapina, segundo escrito e primeiro publicado. Escrevi com a intenção de denunciar as falcatruas do mercado financeiro e virou thriller. Deve ser algum mal congênito meu.

Ts&Ts – Como se deu o começo da sua carreira literária?

IS – Até 1993, eu não escrevia nem carta. Mas um dia sentei numa cadeira da varanda de meu apartamento e comecei a rabiscar Os mercadores da noite. Nos dois anos que se seguiram, me apaixonei pela história. Por fim, na tarde do dia 30 de abril de 1995, me levantei na sala de operações do banco onde trabalhava e disse: "Nunca mais volto aqui!". E não voltei mesmo. Eu tinha 54 anos de idade.

Ts&Ts – O thriller não possui tradição na literatura em língua portuguesa e só recentemente escritores brasileiros e portugueses passaram a se dedicar ao gênero. Na sua opinião, o thriller tem chances de se firmar concretamente dentro da literatura em português ou está condenado a ser eternamente visto como uma imitação da literatura anglo-saxã, onde ele é mais forte? Que elementos diferenciariam um thriller americano de um thriller brasileiro, por exemplo?

IS – Não gosto de teorizar sobre nada, muito menos sobre literatura. Mas no caso dos meus livros, eles não diferem nada do thrillers americanos. A idéia é a de que o leitor não consiga parar de ler.

Ts&Ts – Qual a sua opinião em relação à idéia de que o thriller seria uma literatura “menor”?

IS – É uma literatura de entertainment. Para a pessoa curtir ao final de um dia cansativo de trabalho, em um fim de semana chuvoso ou na sala de embarque de um aeroporto. Se isso significa "menor", que seja.

Ts&Ts – Está trabalhando em algum livro novo neste momento? Tem algum lançamento em vista?

IS – Com certeza. Estou escrevendo uma história ambientada na fronteira do Paquistão com o Afeganistão. No final do ano passado viajei para lá e fiquei dois meses. É uma espécie de thriller romântico, a história de Stella Ackerley, uma correspondente de guerra britânica que saiu da minha cabeça e pela qual me apaixonei. O texto final será entregue à editora no dia 25 de julho e deverá estar nas livrarias em outubro ou novembro.


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Na próxima segunda-feira, o Textos & Thrillers entrevista
LUIS EDUARDO MATTA